Quando entramos na academia, somos, imediatamente, treinados para
olhar para o mundo por meio da lente científica.
A realidade, passa então a ser questionada, e, evidências e fatos,
antes simples questões do cotidiano e da nossa percepção, passam a fazer parte
de um complexo conjunto do que viemos a chamar de hipóteses.
Depois de um tempo, quando supostamente temos convicção de que
aprender a "fazer ciência", ingressamos em uma jornada, bastante
controvertida e agoniante, com a tarefa de desenvolver uma tese.
A tese é o ápice da ciência.
Logo, o objeto da tese, passa a ser, o que o candidato a doutor
tem de mais precioso e sufocante.
Assim, a sua tarefa permanece a mesma do cientista calouro: olhar
o objeto da pesquisa por meio da lente científica.
Eis que me deparo com algo, que ouso dizer que nem a própria
academia tem ferramentas suficientes para lidar: a experimentação do objeto da
tese.
Não aprendemos isso nas aulas sobre o uso da lente científica.
A academia se demonstra, então, falha quando diante de um fato
novo e não previsto pelos já doutores: o objeto científico que passa a ser
sentido na pele. Aquele que é possível de se respirar, olhar e sentir.