quinta-feira, 9 de março de 2017

Objeto científico?

Quando entramos na academia, somos, imediatamente, treinados para olhar para o mundo por meio da lente científica.
A realidade, passa então a ser questionada, e, evidências e fatos, antes simples questões do cotidiano e da nossa percepção, passam a fazer parte de um complexo conjunto do que viemos a chamar de hipóteses.
Depois de um tempo, quando supostamente temos convicção de que aprender a "fazer ciência", ingressamos em uma jornada, bastante controvertida e agoniante, com a tarefa de desenvolver uma tese.
A tese é o ápice da ciência.
Logo, o objeto da tese, passa a ser, o que o candidato a doutor tem de mais precioso e sufocante.
Assim, a sua tarefa permanece a mesma do cientista calouro: olhar o objeto da pesquisa por meio da lente científica.
Eis que me deparo com algo, que ouso dizer que nem a própria academia tem ferramentas suficientes para lidar: a experimentação do objeto da tese.
Não aprendemos isso nas aulas sobre o uso da lente científica.
A academia se demonstra, então, falha quando diante de um fato novo e não previsto pelos já doutores: o objeto científico que passa a ser sentido na pele. Aquele que é possível de se respirar, olhar e sentir.


Diante dessa confrontação proposta pelo acaso(?), me questiono, então: seria o meu objeto de tese, científico ou poético?