segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Sobre não ser boa com títulos e menção ao Gusmão

Eu não sou boa com títulos. Eu já sabia disso, mas o Gusmão me fez ter certeza. Foi num dia normal de atividade no laboratório, eu dei um título tosco a um trabalho que acabava de concluir. O Gusmão leu, virou pra mim e disse: - “Bianca, você não é boa com títulos, eu não sei o que será do nome dos seus filhos.” – e riu. Lendo assim, parece rude. Mas não foi. O Gusmão tem esse dom. Ele tem uma incrível habilidade de te falar a coisa mais dura em tom confortante. Tipo médico dando notícia triste. Eu sabia que não era boa em títulos, mas depois dele me contar, eu me conformei. Quando fui dar o título na monografia de uma pós-graduação, liguei pra ele: - “Gusmão, me ajuda! Não consigo dar um título pro meu trabalho.” Ele riu no telefone e achou uma solução genial, que envolvia a palavra inventário. Eu nunca ia pensar naquela palavra. Esse tal de Gusmão foi meu orientador. Na iniciação na pesquisa científica, na monografia, na Dissertação. Foi meu mestre. Sempre será. Aquariano típico, fez aniversário ontem, e, vai ver por isso estou escrevendo sobre não ser boa com títulos para, afinal, poder falar dele. E eu não escrevi para desejar feliz aniversário a ele. Porque eu me sinto boba fazendo isso. Gusmão nunca foi de grandes afetos. E quando se deixava enganar e ser afetado, eu ficava absolutamente radiante. Foram poucas vezes que ele deixou escapar que sentia minha falta no laboratório, ou, que estava se sentindo abandonado por eu ter ido fazer o doutorado em Brasília. Ou, um e-mail incrível dizendo que não poderia ir ao meu casamento, no qual ao final ele assinava como “do professor-amigo, Gusmão”, porque eu tinha escrito no convite: “ao professor-amigo”. É por isso que eu gosto dos aquarianos, mas desse em especial. Porque quando demonstram o que sentem são genuínos. Hoje me bateu uma saudade doída do meu professor amigo. Ele que me ensinou tanta coisa linda. Ele que me trazia paz só de estar presente. Ele que me fez perceber meu amor pelo meio ambiente. Parece até que a vida na academia era mais fácil quando eu tinha o Gusmão ao meu lado. Talvez não fosse, mas ele sempre fez parecer que sim. Amanhã vou escrever um e-mail para ele, porque a vida está me dizendo pra escrever. Torço pelo dia em que poderei, quem sabe, poder dividir novamente minha rotina com ele, desfrutando da generosidade desse mestre que a vida ousou me presentear na forma de eterno orientador.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Ser barbeira é uma questão de ser

Sou barbeira. Já dizia o vô: “- Eita, Bianca, tu é barbeira” – fazendo força pra arrastar um dos vasos de cimento da calçada da casa dele, tentando dar uma forcinha pra eu tirar o carro. O vô estava certo. Sempre fui barbeira, desde a primeira prova prática da autoescola, que durou cerca de 90 segundos. O tempo suficiente para que eu virasse todo o volante e queimasse a linha da vaga fazendo a baliza – que por sinal nunca aprendi a fazer. Eu achando que estava abafando e a instrutora do Detran saindo do carro e dizendo: “- Poxa linda, você queimou a faixa”, e, eu incrédula (porque não tenho nenhuma noção de espaço mesmo, e olha que sou Geógrafa): “- Mentira!”, Ai ela, com a maior paciência do mundo: “-  Olha aqui linda!”, apontando pra faixa, queimadassa. Nossa senhora, como dirijo mal. Tentei a prova de novo – porque sou teimosa, e, não sei como, mas passei. Na verdade eu sei, eu implorei: “- moço, não me tira o ponto das curvas que entrei com pé na embreagem pelo amor de Deus”. Eram 3 curvas no trajeto. Eu entrei com o carro roncando nas 3. E já tinha perdido os 3 pontos da seta final, quando a gente estaciona o carro. Se perdesse mais 1 ponto estava eliminada. Implorei tanto que ele, com pena, me passou. Foi trapaça minha. E hoje eu vejo que eu tinha que ter parado de insistir naquela prova. Sou muito ruim de roda. Eu sou dessas que sobe canteiro de estacionamento de shopping pra fazer a curva. E só se dá conta do que fez quando o carro ta quicando para descer do canteiro. É cômico. Eu já fiz o Ray “matar o retrovisor do carona no peito” quando um caminhão dividiu a curva comigo. Tenho problema com curva. Com curva, com placa, com carro, com freio, com baliza. Não sei fazer baliza. E passo vergonha mesmo. Da última vez fui procurar um remédio numa farmácia porque meu paizinho estava doente, e parei o carro na lá puta que pariu, porque as vagas perto da farmácia eram todas de fazer baliza. Era até melhor ter ido a pé, de tanto que eu andei. Mas hoje eu escrevo sobre o meu probleminha (está mais pra problemão) com direção, porque ontem eu realmente pensei em parar de dirigir. Para variar, fiz uma besteira. Eu ignorei uma placa de “meia pista interditada”. Mas eu ignorei com vontade. Na verdade sem vontade, porque não percebi. Mas foi digno de pena. O Ray tentou me avisar, mas nem assim. Quando eu vi tava dando um freiadão, na cara do buraco. Tive ódio de mim e do Ray, que deu um grito: - Bia olha o buraco!”. Ele não precisava ter gritado. Mas eu não precisava estar dirigindo. No entanto, como sou encardida, para citar uma das minhas expressões preferidas aprendidas em 2017, desci do carro cheia de razão e disse para ele: “- Dirige você!”. Era um favor que eu estava fazendo a nós dois. Eu sempre tirei sarro disso. Dessa minha condição de deficiência automobilística. Mas eu estou começando a ficar preocupada, de verdade. Tenho receio que uma dessas barbeiragens tome uma proporção maior do que deveria. E sinto que talvez eu desista. No fundo, eu só queria entender o porquê de eu dirigir tão mal. Eu até queria ser pilota, dessas mulheres que sentam no carro cheias de atitude. Mas tô mais pra cobradora. Ajudo a catar as moedinhas para pagar os pedágios como ninguém. E no fundo, se meu dinheiro desse, eu ia de Uber mesmo. Mas como ele não dá, eu preciso fazer essa reflexão e quem sabe finalmente desistir da direção.

A tal da casa 5

Estava assistindo uma aula do curso de astrologia online que estou cursando e acabo de descobrir que minha casa 5 está sob o signo de Câncer. Estou arrasada. Inclusive, o fato de eu estar arrasada com essa notícia tem mesmo a ver com a casa 5 em Câncer. Explico. A Cláudia (a professora do curso) estava ensinando no video que a casa 5 está relacionada a nossa autoestima, ao nosso ego, e nossa capacidade de compreender o nosso próprio valor. Também disse que essa casa nos ajuda a compreender como iremos criar nossos filhos e como amamos. O signo de Câncer é conhecido por ai, como o chorão do zodíaco. Então, só de pensar que a “casa da autoestima” está associada a todo esse drama canceriano, eu não poderia deixar de fazer um drama.  Eu tive vontade de dar um “truque” e mudar a hora do meu nascimento. Quem sabe assim, minha casa 5 cairia num signo melhor. Na verdade, na verdade mesmo, eu queria que minha casa 5 fosse em Leão. A do Ray está! Eu estou com inveja dele nesse momento, e, ele por ter casa 5 em Leão já me zuou bastante e riu. Olhou e riu e disse: - Amor, estava na cara que sua casa 5 era em Câncer. E olha que ele nem gosta de astrologia. A casa 5 mexeu comigo. Mais do que a casa 8, que trata das crises pessoais. Falando nisso, a minha casa 8 está em Libra. É um bom lugar pra ter Libra. Eu acho. Porque indica que nossas crises pessoais são superadas por meio da troca com os outros. E, venhamos e convenhamos, ter ajuda e trocar, na hora do desespero, não é nada mal. Melhor ainda poder contar com as pessoas que estão a nossa volta e surgem na nossa vida para poder aprender e sermos melhor. E, venhamos e convenhamos, disso eu não posso reclamar. Sou presenteada pela vida por ser rodeada de pessoas que me ensinam diariamente como ser melhor. É... pensando por esse lado, nem foi tão ruim assim ter casa 5 em Câncer, porque ela oportunizou ter a casa 8 em Libra. Foi uma troca justa.

Minha Escrita Diária

Sim, já é 2018. Na verdade, meados de janeiro.


Hoje eu tive uma conversa dessas, que faz a gente perceber a razão na busca pela visão holística de mundo dos piscianos (pra citar meu momento astrológico, o qual torço profundamente para não ser passageiro). Sim, tudo está conectado. Por que estou falando disso? Uma amiga aqui do trabalho, dessas pessoas muito interessantes e diferentes, diferente de um jeito bom, de singular – não que cada um de nós não seja singular -, não é isso, mas tem gente que é mais único que outro, né? Elas deixam uma marca. Então, essa amiga, que eu chamo carinhosamente de Bel, em uma de nossas conversas sobre tese-trabalho-ser mulher nesse mundo de meu deus-crushs e astrologia, me confidenciou que lê coisas muito bacanas sobre o ato da escrita, e, que essas leituras foram fundamentais no processo de escrita da tese dela, que ela finalizou há uma semana atrás. Dividiu generosamente comigo algumas fontes, dentre elas a tal da Karina Kuschnir. E é por causa da Bel, da Karina e do céu do momento que eu cheguei aqui, nessa tal de “escrita diária”. Explico (essa forma de dizer “explico”, eu roubei da , vamos falar muito sobre ela ainda). Desde setembro eu rompi com a minha tese, e, sim.., eu estou cursando doutorado. Rompi com a minha tese por dois motivos que garanto que são muito respeitáveis: primeiro, porque não tenho tato para o “tati be tati” da academia, e, segundo, porque basicamente me encaixo numa linha reflexiva diferente daquela do meu orientador (certamente, esse será papo para outra escrita diária) – pra dizer de uma forma polida e não falar que ele é um homenzinho pequeno (menor que eu, pra ser bem precisa), arrogante e que “sabe de nada, inocente”. Pois bem. Rompi com a tese e casei com a astrologia, mesmo. Comecei curso e tudo, curso de um ano, de ser tornar astróloga e tudo mais. Além de começar o curso, iniciei uma empreitada na new age do empreendedorismo na internet: tenho instagram comercial, lojinha e cartão de visita – tudo isso juntando duas coisas que amo: astrologia (de novo ela) e papelaria artesanal. Mas isso também será papo para outra escrita diária. Por ora, vou concluir o assunto do porquê estou escrevendo agora. Eu tenho que explicar isso porque eu tenho Mercúrio em Leão, na casa 6, de Virgem, traduzindo, sou metódica e perfeccionista. Inclusive, por isso mesmo que eu comecei a usar esses marcadores de parágrafos aqui, está sendo estranho, mas sinto que é um caminho sem volta. Então, por eu ter rompido com a tese, me afastei, obviamente, dos afazeres relacionados a ela. Contudo, continuo matriculada no curso da UnB (sim eu sou do Rio e estudo em Brasília, depois falamos sobre isso também). E por estar matriculada, tenho deveres para com esse curso. E por conta do meu Mercúrio, e outros aspectos do meu mapa astral, eu tenho tendência a ser crítica demais comigo, me cobrar e ser extremamente catastrofista com a vida –só abrindo um parêntese aqui, a culpa não é da astrologia, é minha mesma. O fato é que 2017 acabou, - e já vai tarde..., 2018 chegou, e, óbvio que eu comecei com quiquito, (como diria Thaís): "- Meu Deus, estou muito atrasada pra tese..." "- Meu Deus, não tenho artigos suficientes", "- Meu Deus, tenho que fazer entrevistas", "- Meu Deus... (qualquer coisa que seja pra me tirar a paz)". Só que como tudo está conectado, mesmo, ontem assisti a um vídeo da Luludy, uma astróloga, atriz, gente fina, que faz vídeos muito bacanas no youtube, e ela falava justamente sobre o céu do momento estar colaborando para sermos ainda mais críticos conosco. Liguei os pontinhos e falei, preciso ir com calma. Quase que como uma mensagem do Universo (é, eu acredito nessa possibilidade). Foi assim que a forma de ver o problema começou a mudar. Sim, preciso retomar os meus afazeres da tese, pois estou matriculada, e, de alguma forma, lá no fundo, eu sinto que preciso fazer isso. E tomar consciência de que preciso fazer dessa jornada algo mais leve, tem sido fundamental para seguir. E ai entrou a Bel, quando eu falava exatamente desse meu medo de “estar atrasada”, quando ela me disse:  “- Vai se organizando desde agora, tem várias dicas bacanas, uma delas é escrever um pouquinho todo dia, vou te emprestar um livro..,“. Ela também me falou do blog da Karina. E aqui estou eu, na minha escrita diária. Deveriam ser 300 palavras por dia, mas eu passei: 755 até agora. Tudo bem, eu tenho licença nesse caso, pois é a primeira de muitas, e, eu tinha mesmo muito a dizer.